Momentos!
Circunstâncias, acasos felizes,..., o que é a vida? Uma valsa à tessitura de um
vetusto instrumento, uma cena de apanhados, um samba no pé, bolinhas de sabão, o
que é a vida? Erros de amor, jogo do galo, castelo de cartas, um segredo ao
ouvido. O que é a vida? Tudo é vida, quando há vida dentro de nós,..., Quis
enfatizar a vida "Em os Pássaros também choram" todos os sentimentos
que ela nos desperta. É a ambição de um encenador mulherengo, que aproveita-se
da fragilidade de Guilherme, para soçobrar o seu âmago despertando-lhe uma
paixão platónica, por uma mulher desaparecida nas águas do Douro, levando-a a
escrever compulsivamente a história de Regina. Um caso mediático, de uma
putativa morte. É a inveja da porteira do prédio pela vizinha, que a leva a
estragar o casamento, colocando pasquins, batendo no peito com santimónia
"Eu não sou de intrigas". É o rapto de um filho, que estava ao
cuidado de uma avó, que num catrapiscar de olhos perde-o de vista e culpa-se
até à loucura, ter piedade de si. É uma mulher vítima de violência doméstica,
molestada por um cancro que encontra na escrita refolgo. São as minorias,
representadas por uma transexual, para mostrar que na vida há lugar para todos
e que o mundo se faz com todas as cores. É a solidão de uma idosa, com o seu
gato, à espera do roçagar do manto negro. É o perdão, a compaixão de um jovem,
que se faz passar por outro, para mitigar o sofrimento de Dona Leonilde. E
muito mais,..., Tudo isto é vida, porque há vida dentro destas personagens, que
evolam como pássaros livres, como folhas ao vento, quem tem ousadia de as
agarrar?
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